sábado, 23 de junho de 2012

Depoimento: Edna R.

(O depoimento a seguir é opinião pessoal da pessoa que fez o depoimento. O Blog não faz julgamentos dos depoimentos. Não são mencionados nomes de médicos, de laboratórios e de remédios. Não é postado o nome completo de quem faz o depoimento. As mesmas perguntas são passadas a todos que escrevem seus depoimentos)

Você e a EM
          Como todos os meus colegas portadores de EM, um belo dia eu acordei bem feliz e disposta na vida, era Janeiro de 2001 e resolvi aparecer no meu trabalho e matar saudades dos que haviam voltado de férias. Após um dia bem legal encontrei com meu marido e meus filhos pra ir ao cinema, o que foi bem legal também.  Ao sair do cinema me achei diferente, percebi que estava muito enrijecida nos quadris e meu marido percebeu que eu havia machucado a mão, então eu percebi que não estava sentindo as mãos. No decorrer da noite meus filhos disseram que eu estava com o andar diferente e para piorar eu percebi que não sentia muito bem meu pé direito. Após um dia ótimo e um final de dia nem tão bom assim eu pensei que uma boa noite de sono iria zerar tudo de estranho que havia acontecido comigo naquele dia.
            No dia seguinte eu percebi que eu nem conseguia levantar da cama sozinha, pois eu não sentia o corpo todo do lado direito. Era como se eu tivesse tomado uma anestesia que pegou apenas o meu lado direito. Eu comecei o meu calvário procurando a resposta em todos os especialistas, menos o dermatologista. Claro que eu não tive sucesso e eu estava enlouquecendo quando resolvi escrever uma carta à Faculdade Paulista de Medicina e minha carta foi parar na neurologia, nas santas mãos da Dra SUZAMEIRE HANUSHEI (in memorian) e após algumas consultas ela descobre o que eu tinha. A notícia caiu na minha vida como uma BOMBA!
            Neste momento eu chorei muito, mas como eu sempre acreditei que na vida as coisas não podem ser só ruins eu quis logo que a Dra me mostrasse um lado bom de tudo isso, então eu me lembro dela lamentando e me fazendo entender que era difícil achar algo de bom nisso e que a doença não tinha cura. Mas como eu sou obstinada eu logo disse a ela que eu não queria ficar chorando o leite derramado, eu queria que ela me ensinasse a enxugá-lo e haveria sim alguma forma de eu ficar bem na doença e ter uma qualidade de vida porque eu queria muito mais da vida e se a vida resolveu me dar um limão eu faria muito mais que uma limonada, é claro, eu faria doces e bolos variados com os limões que a vida me reservou.        
Após muitos surtos seguidos a cada 3 ou 4 meses eu desisti de me entupir  de corticóide  e resolvi  mudar a linha de tratamento
Quando eu conheci o meu atual neurologista e comecei o uso do meu atual medicamento me senti melhor, pois eu fiquei 5 anos e meio sem nenhum  surto. GRAÇAS A DEUS, pois antes do medicamento eficaz eu vivia com MEDO. E eu costumo dizer que quem vive com medo vive pela metade e definitivamente isso não combinava comigo. Eu prefiro viver intensamente!             
As coisas nem sempre podem ser totalmente ruins. Eu consegui ficar melhor ainda e foi quando eu comecei a me tratar na ABEM, então comecei uma nova fase na minha vida.
            Já que eu resolvi não ficar chorando na vida, deixei aflorar em mim meu lado positivo, sacudindo as tristezas e deixei a minha alegria aparecer e desse modo eu percebi que ao invés das pessoas ficarem com pena de mim elas começaram a me admirar. Percebam como isso muda tudo a nosso favor. Quanto mais eu tinha pessoas me admirando e tentando me ajudar, eu só me sentia na obrigação de melhorar e notava que esse era o caminho a seguir para ser feliz. Nesta época eu tomei o meu 1º Floral que me promoveu um grande bem estar e me ajudou a ser mais tranquila, a respirar fundo e a curtir a vida como ela é. Com a calma que adquiri pude aproveitar tudo que a ABEM podia me oferecer para eu dar a volta por cima e ficar uma pessoa melhor como sou hoje. Aliás, eu só não sou perfeita porque me faltou a modéstia, KKKKKKKK
                O que eu posso garantir a vocês é que só então eu descobri o que é qualidade de vida. Eu descobri o que é amparo judicial, até o ponto de eu hoje estar aposentada por invalidez. Eu descobri que fazendo fisioterapia bem acompanhada e direcionada para a E.M. com profissionais altamente qualificados eu recuperei tudo o que havia perdido a cada surto. Eu percebi que poderia ser uma pessoa normal fisicamente. Eu descobria na ABEM que com a Yoga eu recuperaria meu equilíbrio físico e emocional e de brinde eu iria driblar a ansiedade. Eu descobri, na ABEM, que na Terapia Ocupacional seria possível eu desempenhar minhas tarefas doméstica com sucesso e respeito com os meus limites. Com a Reflexologia e a Massagem eu me livraria das dores sem me entupir de analgésicos e antiinflamatórios, sem contar no bem que me faz a Arte Terapia na minha vida. Só quem faz, pode me entender, simplesmente ela remodela a gente por dentro. Nossa essência é um trabalho muito bonito. Eu não posso deixar de citar o Reike e a Cromoterapia. Todos estes tratamentos tem um papel importantíssimo no meu bem estar de hoje promovendo um grande equilíbrio energético. A ABEM consegue até promover a nossa Auto Estima quando nos encaixa nas atividades do Coral e da Oficina de Dança e nos oferece a Terapia da Alma. Ter vontade de participar de tudo isso mostra gostar de uma nova fase da sua vida, se gostar e se permitir ser Feliz, apesar de tudo e isso é o resultado do trabalho das Psicólogas e Neurologistas que nos ajudam tanto a nos situarmos nesta vida. Eu não sei se me esqueci de alguma especialidade. Se esqueci perdoem-me, deve ser porque eu sou esclerosada, KKKKKKKKKKKKKK                     
Quem ainda não conhece a ABEM deve estar pensando que só existe tratamentos lá. Está muito enganado, pois existe muito calor humano lá dentro, de todos os funcionários que são todos uns fofos, sem falar na parte das Assistentes Sociais que é nota 10. Eu nuca poderia imaginar o tamanho e a importância desse trabalho nas nossas vidas. Quem não as conhecem, por exemplo elas são as responsáveis por todo nosso Lazer dentro e fora da ABEM e não poderia deixar de falar do Nosso Centro de Convivência  onde tem  muito carinho dos nossos amigos uns pelos outros. Lá nós todos falamos a mesma língua. Nós entendemos o que está se passando um com o outro. Para finalizar a minha história eu queria dizer, perante o fato de que eu estou doente e ainda não se descobriu a cura, eu entendi que ou eu convivo bem com ela ou a minha vida vai ficar muito pesada. Eu decidi que um peso é algo que eu preciso me livrar,kkkkk      
Eu, por várias vezes, me pego pensando na parábola da Pegadas na Areia, que eu coloco abaixo:
Pegadas na Areia

            Um dia Eu tive um sonho...
            Sonhei que estava andando na praia com o Senhor
                        e no céu passavam cenas da minha vida.
            Para cada cena que passava,
                        percebi que eram deixados
                        dois pares de pegadas na areia:
                        um era meu e o outro do Senhor.
            Quando a última cena da minha vida
                        passou diante de nós,
                        olhei para trás, para as pegadas na areia,
                        e notei que muitas vezes,
                        no caminho da minha vida,
                        havia apenas um par de pegadas na areia.
            Notei também que isto aconteceu
                        nos momentos mais difíceis
                        e angustiantes da minha vida.
            Isso aborreceu-me deveras
                        e perguntei então ao meu Senhor:
                        - Senhor, tu não me disseste que,
                                   tendo eu resolvido te seguir,
                                   tu andarias sempre comigo, em todo o caminho?
                                   Contudo, notei que durante
                                   as maiores atribulações do meu viver,
                                   havia apenas um par de pegadas na areia.
            Não compreendo por que nas horas
                        em que eu mais necessitava de ti,
                        tu me deixaste sozinho.
            O Senhor me respondeu:
                        - Meu querido filho.Jamais Eu te deixaria
                                   nas horas da prova e do sofrimento.
                                   Quando viste, na areia,
                                   apenas um par de pegadas, eram as minhas.
                                   Foi exatamente aí que te carreguei nos braços.

Este texto eu comparo com a ABEM, só que com uma transformação nesta estória. Eu digo que nesta situação a pessoa que pensa estar sozinha na vida percebe que DEUS estava carregando-o no colo. Então transfiro essa máxima para a ABEM. Eu digo que quando na vida eu me senti perdida e sozinha percebi que a ABEM não estava me carregando no colo, até porque eu sou bem pesada,kkkkkkk Ao contrario disso, a ABEM estava me guiando, segurando-me pela mão e me ensinando o quanto eu sou capaz de tudo o que eu quiser, basta eu aprender como, e isso me ensinam muito bem.
Eu digo que agora eu sou mais feliz depois da E.M, já que eu conto com um enorme apoio e carinho das minhas Duas Famílias. Minha família na minha casa e da outra família na ABEM.
                                                                         
                                                                                                                   EDNA R.

Nenhum comentário:

Postar um comentário