terça-feira, 21 de abril de 2015

Não temos, não... Translations: We have not... No tenemos...


Oi Amiga, Oi Amigo,

Quero compartilhar um texto que eu recebi de Portugal da Ana Paula Mata que discute bem sobre de Não temos de fazer as coisas por acharmos que temos de fazer! É a discussão de Não aceitarmos uma escravidão que existe por causa da nossa indiferença frente às coisas da vida. Não ficarmos escravizados no ‘tenho que’. Leia este texto e me fale a sua opinião sobre isso.

Não temos, não.
Não temos que ter tudo arrumado.
Não temos que cozinhar, se não apetecer.
Não temos que fazer coisa nenhuma.
E somos demasiadas vezes reféns do "tenho que".

Um "tenho que" que começa muito cedo, bem mais para as mulheres do que para os homens, mas não obstante, que nos aprisiona enquanto pessoas, que por isso mesmo, são menos felizes. 
Um "tenho que" que vai apertando desejos. Vontades. Liberdades.
Para ser, sentir e viver.
Um "tenho que" que vai castrando ao longo do tempo, sonhos para sempre inacabados, porque dormem em coma, no fundo de uma memória que não mais será resgatada.

Um "tenho que" que nos rouba demasiadas vezes a vaidade e o orgulho de sermos únicos.
Um "tenho que" que nos sequestra  a individualidade e nos afunda numa gaveta onde somos todos muito iguais uns aos outros, em hábitos, rituais e manias.

E de facto, não temos.
Quem disse que temos?
Uma voz dentro de nós, com o timbre da mãe e da avó e de todas as mulheres que nos antecederam na memória coletiva, embandeirando tradições, hábitos, rituais e manias.
Que aceitamos como uma  herança. Resignados. Conformados. Na gaveta.
O que fazer com uma herança que não queremos? Que não é nossa? Que não pedimos?
Renunciamos.
Renunciamos ao "tenho que".
Vivemos corajosamente fazendo com os dias o que a nossa vontade determina.
Sim, a casa é minha e está desarrumada. Porque ficar no sofá é muito bom.
Não, não passei a ferro, porque não me apeteceu. E não, não sei quando me vai apetecer.

Não, não me casei, porque ainda não encontrei a pessoa certa.
Não, não tenciono ter filhos.
Não, não quero sopa.

É dentro  desta coragem e desta consciência que mora a liberdade.
A liberdade que nos devolverá a nós mesmos e nos permitirá, finalmente, sermos felizes.
Está claro?

Ana Paula Mata

         É uma discussão sobre a consciência de se ter liberdade e lembrou muito bem a autora que ‘A liberdade que nos devolverá a nós mesmos e nos permitirá, finalmente, sermos felizes’.


Rodrigo

Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brazil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário