sexta-feira, 17 de julho de 2015

A relação da serie ‘Orange is the new black’ com a Esclerose Múltipla


Oi Amiga, Oi Amigo,

Passo abaixo um texto (tradução em português) que a Novartis me passou. É interessante para ver e refletir. É um post escrito pela blogueira americana Jamie Tripp Utitus, que escreve para o Living Like You.

Ela fez uma analogia entre a série (também americana) 'Orange is the New Black' e a Esclerose Múltipla. No texto, comenta que a esclerose múltipla “não é uma sentença de prisão”, mas que há semelhanças com a personagem principal da série que está em uma prisão real.


Por: Jamie Tripp Utitus:

Minha declaração: eu nunca havia assistido a séries. Se eu tiver a oportunidade de relaxar à noite, a única coisa que eu quero fazer é dormir. Mas uma noite eu decidi dormir com a TV ligada, porque eu não conseguia desligar minha mente. Acabei tropeçando nesta série chamada “Orange is the New Black”.

Se você ainda não viu a série, vai ficar difícil de acompanhar o texto. O post não é um endosso ao drama da televisão, mas eu não consigo parar de pensar no quanto a série me fez lembrar minhas aventuras com a esclerose múltipla. Não que a esclerose múltipla seja uma sentença de prisão, mas há tantas semelhanças!

O enredo central da série é sobre uma mulher chamada Piper Chapman que se entrega por um crime relacionado a drogas, que ela cometeu com sua então namorada, quando tinha seus 20 anos. Ela agora está mais madura, noiva de um homem chamado Larry e tem uma vida completamente livre do crime. Ela é condenada à prisão feminina e a história parte daí!

Então, imagine isso. Estou encolhida na cama quando aperto o play para o primeiro episódio. No quarto episódio, eu já estava sentada na cama, segurando o meu travesseiro e falando com a televisão.

– Ai meu Deus! Louca, a menina é LOUCA!

– Que homem bonito é o Larry Towner, eles certamente vão conseguir passar por isso!

Todos esses pensamentos ficam mais complicados, e totalmente equivocados, conforme você termina de assistir ao último episódio da segunda temporada de “Orange is the New Black”.

O que realmente me pegou de surpresa foram os paralelos entre a vida de Piper Chapman (seu passado a persegue e ela tem que ir para a prisão por 15 meses) e a minha vida, como uma pessoa que tem uma doença e alguns obstáculos para superar sozinha. Você logo percebe ao assistir ao show que Piper não está lutando contra a prisão. Piper está lutando contra seus próprios demônios. Ela está lutando contra seu verdadeiro eu, com quem ela é forçada a conviver por 15 longos meses.

Não posso mentir, no primeiro momento, eu senti a esclerose múltipla como uma sentença de prisão, e eu também fui forçada a encarar meus demônios e olhar nos olhos deles. Como Piper, eu tinha que decidir, eu vou fazer algo bom desta coisa ruim, ou vou me entregar?

Eu fiquei especialmente envolvida com o primeiro episódio de “Orange is the New Black”, quando Piper Chapman senta ao lado de uma mulher no refeitório. Alguém havia dito para a Piper, que esta mulher seria “segura” e gentil. Esta mulher, chamada Yoga Jones, era uma pacífica ex-hippie e instrutora de yoga na prisão. Yoga Jones olha Piper nos olhos e pergunta se ela nunca ouviu falar nas mandalas… a triste arte dos monges tibetanos. Piper acha que já ouviu falar, mas espera por uma explicação.

Yoga Jones explica que os monges passam várias semanas trabalhando no design, tipicamente geométrico, a partir de um processo exaustivo de trabalho com areia.

Após semanas e semanas eles finalmente finalizam uma obra-prima, só para… desmanchar. Eles fazem isso para simbolizar a inconstância da vida. Yoga Jones aproveita a oportunidade de chegar mais perto, olhar Piper Chapman no olho e explicar que nada é permanente, nem mesmo o tempo que ela está servindo ali. Seu desafio é encarar esse período como os monges, e fazer algo bonito do período em que está lá, até que ele se vá completamente.

Ninguém chegou mais perto de explicar ou articular a minha abordagem para a esclerose múltipla do que a personagem Yoga Jones de “Orange is the New Black”.

A minha esclerose múltipla é um grande banco de areia, e é meu trabalho moldá-la na mais bela arte que eu puder, até que ela não esteja mais lá. É por isso que eu continuo caminhando. Eu rezo para que você faça algo bonito com qualquer coisa que o universo lhe entregue meu amigo. Namastê.


Referência:

Site Living Like You. Disponível em



Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brazil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário