terça-feira, 24 de maio de 2016

Dia Mundial da Esclerose Múltipla




Oi Amiga, Oi Amigo,

Dia 25 de maio é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla!

O mundo inteiro está discutindo sobre o tema deste ano, a “Independência”

É um tema que pode Parecer comum, mas Não é!

Não ser dependente das pessoas significa ser capaz de vencer os seus obstáculos!

Um exemplo bem claro disso são as escadas! É pedir muito que as escadas tenham corrimãos? Nos países desenvolvidos até tem corrimãos, mas, às vezes, Não possuem!

O tema “Independência” foi bem escolhido! Mostra que as pessoas Não querem depender das outras pessoas para fazer suas atividades Mas se precisarem de algum tipo de ajuda que Elas decidam sobre isso! Que elas decidam sobre isso!

A Federação Internacional de EM é uma rede global única de organizações de EM. São 47 organizações membros em todo o mundo!

Gosto muito da frase: ‘A Esclerose Múltipla não pode me impedir’. A campanha da MSIF Mostra bem isso!

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Teologia leiga...sei...ou Não sei?



Oi Amiga, Oi Amigo,

O leigo e a leiga são sempre povo de Deus, ou seja, não um povo qualquer, mas o povo com o qual Deus se relaciona e se faz presente em suas realidades históricas. Teologia leiga é Teologia Povo de Deus.

Falta ainda uma direção para essa Teologia Povo de Deus. Será uma Teologia para o povo de Deus ou a partir do povo de Deus? Existe aqui uma diferença significativa de concepção. A primeira nos remete a uma teologia que se sistematiza de forma independente, fora da realidade do povo de Deus. São definidos os conceitos teológicos e em seguida aplicados à realidade humana. A segunda direção é por uma teologia sistematizada dentro da realidade do povo de Deus. Ela nasce no ambiente deste povo.

Para decidirmos entre uma ou outra direção utilizaremos Lc 11,29-32, quando Jesus responde aos questionamentos do povo, dizendo que para aqueles que precisam de sinais, será dado apenas o sinal de Jonas. O profeta Jonas e sua pregação em Nínive demonstram bem essa problemática da teologia “de fora para dentro” (quando sistematizada e em seguida aplicada à realidade do povo) e a teologia “de dentro para fora” (quando nasce no ambiente do povo e em seguida se sistematiza).

A pregação de Jonas encontra um povo condenado com a injustiça social. É um povo pagão, que com uma atualização para os nossos dias, é um povo qualquer, que não professava a mesma fé que o profeta Jonas. Pela pregação o povo se arrepende e, por isso, acaba sendo salvo por Deus. Não deixaram de ser pagãos, o que irrita profundamente o profeta Jonas. A teologia de Jonas é “de fora para dentro”, por isso não compreende como esse tipo de atitude pode libertar, por não conseguir enquadrar tal atitude nas definições desta teologia. A salvação de Deus acontece pela mudança de atitude dos ninivitas e a partir disto, se constrói a teologia da salvação de Deus. A pregação de Jonas, o arrependimento e a salvação dos ninivitas apresentam o caminho da teologia “de dentro para fora” como a direção que deve seguir uma teologia e, portanto, ser teologia a partir do povo de Deus.

A teologia do profeta Jonas indica outro caminho, porém o profeta faz o que Deus mandou, mesmo não concordando. Esse desacordo será motivo do último diálogo do livro, entre Jonas e Deus.

Mesmo que a teologia aponte um caminho inadequado, a missão do profeta se realiza porque Deus e seus caminhos se apresentam antes da teologia. Pela missão, pelo anúncio e pela conversão, os ninivitas são salvos, mesmo contra tal teologia. É preciso, portanto, desenvolver outra teologia que parte da realidade desses ninivitas, uma teologia “de dentro para fora”.

Jesus apresentou o sinal de Jonas como o único sinal, e nos arriscaríamos a dizer, como único caminho possível para a teologia. Qualquer tipo de teologia que não aflore e não se vitalize na realidade do povo de Deus, não faz parte do que o sinal de Jonas indicou, e não pode ser também sinal do Reino inaugurado por Jesus.

Juan L.Segundo, importante teólogo latino-americano, nos alerta para um perigo ao utilizarmos esta direção: “O homem encontrará o Deus vivo unicamente no homem e em sua história. Não nas alturas, nem no além. Mas, por outro lado, não conseguirá captar o Deus vivo somente a partir da história do homem. Deus se revela na história, mas não aflora da história”

Precisamos ter o cuidado de não construirmos Deus pela nossa realidade. A teologia acontece a partir do povo de Deus, mas com o dado da Revelação atualizado pela teologia. “Todas as funções e estruturas eclesiais, desde o magistério ao sacramento, do pontificado ao laicato, não tem outro sentido senão a tradução criadora de uma mensagem falada em outras circunstâncias, aos problemas que levanta hoje o homem sujeito à história”. É o que o teólogo chama de “sensibilidade histórica”. É esta sensibilidade que faz com que a teologia perceba a realidade do povo de Deus, realize a interação com esta realidade, se torne atual e seja relevante como elemento de construção do Reino. Por isso, além de estar presente na realidade do povo de Deus, é necessário também percebê-la em suas estruturas (sensibilidade), integrando a ela o dado da fé. Esta é a teologia a partir do povo de Deus.

Falar de uma teologia a partir do povo de Deus é falar ao mesmo tempo de uma teologia situada nas realidades deste povo, mas também de uma teologia crítica e coerente com a Revelação. Ser coerente é ser sensível, sendo capaz de exercer o discernimento. O teólogo e a teóloga devem estar em constante processo de discernimento, onde possam perceber quando a sua teologia leva à salvação, e quando leva ao deserto ou ao fundo do mar.

O leigo e a leiga são povo de Deus. Teologia leiga é teologia Povo de Deus. Como? A partir do povo de Deus, atualizando o dado da fé Revelada. Não há sentido em um caminho diferente, pois condenaria os ninivitas de ontem, de hoje e de amanhã. A irritação do profeta Jonas nos mostra a dificuldade e nos desafia a transformarmos a teologia que aparece como senhora da verdade, para sua real função, a de serva desta Verdade.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Paz...tão lembrada...tão esquecida...



Oi Amiga, Oi Amigo,

O post anterior me fez receber muitos comentários por causa do tema que eu tratei. Alguns eu já respondi, outros vou responder conforme eu conseguir.

Hoje eu quero falar do termo PAZ.

Falar de paz se tornou tão comum que às vezes perdemos o que de fato significa paz. A palavra desbotou, mas a esperança de paz, não. Paz é entendida como um estado de ordem, de tranqüilidade. Indo a fundo neste tal estado, percebemos que ordem e tranqüilidade estão relacionadas com relações humanas. Pensar a paz, é pensar a paz entre pessoas. Por isso a idéia que muitos tem de buscar a paz em uma ilha deserta, sozinhos e isolados, tem mais uma condição de fuga do que qualquer outra coisa.

A paz é algo a ser sempre construída, porque é o ideal humano. Quando pensamos em Reino de Deus, pensamos em um Reino onde as relações entre as pessoas são relações fraternas, ou seja, relações de paz. Isso não é um presente, é uma conquista. Por ser uma conquista, precisamos tomar cuidado com a idéia de paz como conceito negativo. Paz não é a ausência de conflitos, por isso para aqueles que querem se desvencilhar de um determinado problema ou situação para se ter paz, certamente virão outras situações...e quando teremos paz?

Quando vivermos a paz, quando somos instrumentos de paz, em meio aos conflitos.

E por falar em ser instrumento de paz, lembro aqui um pensamento de H. Küng: “Não haverá paz no mundo, se não houver paz entre as religiões”. Falamos de paz como relação humana.

As religiões são essencialmente relação. Relação do humano com o Sagrado, que reflete no humano com o humano. Vejam o que foi escrito: humano com o humano, e não católico com católico, ou budista com budista, ou mulçumano com mulçumano. A paz se constrói pelas pessoas e não por seus rótulos ou por suas formas de expressão. Isso me lembra um episódio com a Madre Teresa de Calcutá: perguntaram a ela qual era a religião das tantas pessoas que diariamente ela ajudava. Ela respondeu: não sei, nunca perguntei! A paz brota do coração e não dos nossos interesses. Porque os nossos interesses são nossos, cada um tem o seu. Mas o amor...ah, o amor...é o interesse da raça humana, é o interesse de um mundo de fraternidade, por isso, é o interesse de todas as religiões. É preciso lembrar disso antes de assumir posturas que excluem aqueles que pensam e expressam sua fé de forma diferente, tão diferente que às vezes são mais eficientes em construir um mundo de paz do que nós mesmos.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O que Deus Não É!






Oi Amiga, Oi Amigo,

Hoje, nas dificuldades do dia a dia, cada vez mais as pessoas estão buscando Deus. Nesta procura aparecem algumas perguntas: Como é este Deus? Onde Ele está?

Como podemos buscar algo que não conhecemos? Caso O encontremos, como saber que de fato é Deus?

Deus se apresentou e se apresenta a todos os povos de diferentes maneiras, razão pela qual existem várias religiões. Vamos escolher um caminho para procurar conhecer Deus. Esta escolha será através de Cristo e da Bíblia, que é a Palavra Revelada por Deus. Não é a única escolha, e sim é uma escolha, pois muitas religiões levam até Deus.

Voltando àquelas perguntas do primeiro parágrafo, a única pista para responder a todas elas é de que nunca entenderemos como é Deus, porque se entendermos Deus isso vai significar que Ele será do tamanho de nossa inteligência, só que Ele é bem maior! Ainda bem que na Sua eterna sabedoria, Deus se Revela para nós em sua Palavra e na pessoa de Jesus Cristo deixando claro o que Deus não é!

A imagem de Deus na Bíblia se desenvolve, se Revela, aos poucos para a humanidade. No início, a partir do livro do Gênesis, Deus conversa diretamente com o homem na pessoa de Adão. Acontece o pecado original e esta ligação é rompida. O desenvolvimento Bíblico apresentará, em seguida, a comunicação de Deus com os patriarcas e depois com os profetas para que estes transmitam a Palavra ao povo. Ao falar diretamente com o homem, a Palavra de Deus não foi entendida. Ao usar os patriarcas e os profetas para passar Sua Palavra, o povo também não entendeu. A próxima e definitiva tentativa de Deus será vir Ele mesmo até nós, se encarnando como Jesus Cristo, para anunciar Sua Palavra e mostrar como esta deve ser realizada. Como está escrito no prólogo do Evangelho de João: “e o Verbo se fez carne!”

Em Jesus encontramos dois aspectos fundamentais:

-          Revelação definitiva: Jesus é a Revelação DEFINITIVA de Deus. Não é necessário nenhum outro acréscimo. O que Deus tinha para esclarecer, Jesus esclareceu. A vida e as obras de Jesus esclareceram. Deus não tem mais nada para dizer, porque já disse tudo, cabe a nós entendermos e interpretarmos, à luz da Fé. Por isso, ficam abolidas outras Revelações posteriores. Tudo foi Revelado na pessoa de Jesus.

-          Jesus mostra: Diferente de falar à Adão ou aos profetas, Jesus vai falar e mostrar o que Deus quer das pessoas. Jesus fala de Amor e mostra o que é amar. Fala de perdão e mostra o que é perdoar. A vida de Jesus é a prática do Reino de Deus. Quando Deus se encarna como Jesus, junta a teoria e a prática da Sua Palavra.

Ao se Revelar para nós, como já foi dito antes, Deus não nos diz claramente como Ele é pois não podemos entendê-lo. Mas estudando e meditando sobre a Revelação, entendemos como Deus não é. Vamos ver o que Deus não é:

-          Deus NÃO é rancoroso, NÃO é castigador: quantas vezes o povo de Israel descumpriu suas promessas para com Deus? Os apóstolos abandonaram, traíram, não acreditaram em Jesus e qual foi o castigo? Em Lc 14,11-31 o filho pródigo é recebido com festa pelo pai, mesmo depois de todas as suas faltas, e volta por que estava com fome e não porque se arrependeu. O pai o acolhe, porque é pai, e Deus é Pai.

-          Deus NÃO erra: Toda a manifestação de Deus é CERTA. Não existe erros. Se Deus se enganasse ou mudasse de idéia não seria Deus. Alguma vez Jesus mudou de idéia ou errou uma profecia nos Evangelhos?

-          Deus NÃO prende o ser humano: Cada pessoa é livre para optar pelo bem ou pelo mal. Deus em sua infinita sabedoria nos dá o que chamamos de livre arbítrio. Se Deus interferisse diretamente na vida das pessoas, não haveria este livre arbítrio. Cada um é livre para escolher seus caminhos, mas também responderá pelas conseqüências.

-          Deus NÃO tem a obrigação de intervir em nossos problemas: Se quero beber bebidas alcoólicas excessivamente e depois de certo tempo adquiro um câncer no fígado, não é Deus o responsável por isso e também não é responsabilidade Dele me curar. Deus nos deu uma vida, uma inteligência e um mundo com os mais variados recursos para nos desenvolvermos. O maior milagre é estarmos vivos. Estar vivo basta para lutarmos contra as adversidades da vida: doenças, acidentes, medos, depressões e outras mais. Jesus cura um leproso e não todos os leprosos do mundo. Jesus cura um paralítico e não todos os paralíticos do mundo. Suas curas são para mostrar como deve ser o Reino de Deus: sem dor, sem medo e sem opressão. Aquele que está oprimido deve ser ajudado pelos outros. A cura não precisa ser física, deve ser para estabelecer relacionamentos fraternos entre as pessoas. Não foi Deus que colocou a dor no mundo e não será Ele que irá tirá-la. A dor é conseqüência do que passamos ou fazemos com nossa vida. Qual pai que gostaria que seu filho não quebrasse a perna jogando bola, ou não tivesse uma desilusão amorosa, ou não perdesse o emprego? Mas a liberdade da vida tira o controle sobre estes infortúnios. Se Deus resolvesse impedir de quebrarmos nossa perna jogando bola ou que não percamos o emprego, não seríamos livres e a vida não teria o menor sentido. Não existiria aprendizado e escolhas, e sim um cumprimento de um roteiro, como em um teatro.

-          Deus NÃO deixa de amar seus filhos: Jesus amou toda a sua vida. Mostrar como deve ser o Reino de Deus, mais do que curar, foi lutar contra tudo o que oprime nas pessoas. É desvendar o que está por trás da realidade de cada um. A lepra mais do que uma doença, é a separação do leproso da sociedade, é a exclusão. O Amor de Jesus é o que diz: “ eu me importo com você, você tem lepra mais eu toco em você ” (o que era proibido na época). Jesus não quis acabar com a lepra do mundo, Jesus quer reatar as pessoas mostrando que mesmo com doenças e níveis sociais diferentes, todos são iguais e merecem o igual respeito. Segundo o Evangelho de João, Jesus é Amor, e portanto, Deus é Amor! Procure onde há amor e encontrará Deus. Se temos dúvidas se encontramos Deus em determinado momento, é só verificar se existe amor, se não, certamente Deus não é.

-          Deus NÃO é o Deus da Lei:. Jesus resume os 10 Mandamentos em 2: Amar a Deus e Amar ao próximo como a si mesmo. Quem ama não mata, não rouba, não cobiça e tudo mais que estão descritos nos Mandamentos de Moisés. Quantas vezes Jesus cura em dia de sábado, que era proibido pela Lei judaica? Alguma vez Jesus ofereceu ou incentivou holocaustos e sacrifícios para Deus no Templo? Jesus quer o relacionamento fraterno entre as pessoas acima de rituais e leis. É um Deus que resumiu todas as suas leis em um verbo: amar.

Saber o que Deus não é não ajuda a entendê-lo, mas é fundamental para que não sejam criadas imagens e idéias erradas. Agostinho, um dos grandes teólogos do séc. V, vai dizer que não podemos tocar, nem ouvir, nem imaginar, nem olhar para Deus, mas podemos saboreá-lo, podemos experimentá-lo. O relacionamento humano com Deus se dá na experiência nossa com Deus, e, para que não haja dúvidas, o próprio Deus, na pessoa de Jesus, veio nos mostrar como fazer esta experiência.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.